
Machado de Assis
O Bruxo do Cosme Velho, aclamado como o maior escritor da literatura brasileira e um gênio da análise psicológica e da ironia.
Joaquim Maria Machado de Assis teve uma das trajetórias mais notáveis da história brasileira. Nascido no Rio de Janeiro, era neto de escravos alforriados e teve uma origem humilde, superando barreiras de raça e classe através de um esforço autodidata monumental. Ele se tornou tipógrafo, funcionário público, jornalista e, finalmente, o mais prestigiado autor de seu tempo, sendo o fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, um testemunho de sua imensa estatura intelectual.
Machado é um mestre da prosa, conhecido por seu estilo único, que combina pessimismo, humor, ironia e uma profunda compreensão da psique humana. Ele transcendeu os movimentos literários de sua época, passando do Romantismo a um Realismo singular, que dialogava diretamente com o leitor, quebrava as convenções narrativas e expunha as vaidades, as hipocrisias e as contradições da sociedade brasileira e da condição humana em geral. Sua obra é um pilar fundamental da nossa cultura e continua a ser estudada por sua modernidade e complexidade.
Principais obras:
Dom Casmurro: Sua obra-prima e um dos maiores enigmas da literatura. O romance é narrado por Bento Santiago, o "Dom Casmurro", um homem amargurado que, na velhice, decide contar a história de sua vida e de seu grande amor por Capitu. Ele constrói uma acusação de que foi traído por ela com seu melhor amigo, Escobar. A genialidade de Machado reside em criar um narrador tão pouco confiável que o leitor é deixado em uma dúvida perpétua: Capitu traiu ou não traiu? A obra é um estudo profundo sobre o ciúme, a memória e a impossibilidade de se conhecer a verdade.
Memórias Póstumas de Brás Cubas: Um romance revolucionário que subverteu todas as regras de seu tempo. A história é narrada por um "defunto autor", Brás Cubas, que, do além, decide escrever sua autobiografia "com a pena da galhofa e a tinta da melancolia". Livre das amarras sociais, ele disseca sua vida medíocre, a vaidade da elite e a falta de sentido da existência humana. Com seu estilo digressivo, conversas com o leitor e capítulos curtos e irônicos, o livro é um marco do Realismo mundial.
Quincas Borba: Este romance pode ser visto como uma continuação temática de Memórias Póstumas. A obra acompanha a ascensão e queda de Rubião, um ingênuo professor que herda a fortuna do filósofo louco Quincas Borba, com a condição de cuidar de seu cachorro, que também se chama Quincas Borba. Ao se mudar para a corte no Rio de Janeiro, Rubião é consumido pela vaidade e pela crueldade da sociedade, em uma sátira mordaz ao darwinismo social através da filosofia do "Humanitismo", que prega: "ao vencedor, as batatas".
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